Imagem: Antonio Scarpinetti
Água
de 16 capitais é potável, porém contaminada
A água potável fornecida em 16 capitais brasileiras, onde
vivem aproximadamente 40 milhões de pessoas, apresenta contaminação por
substâncias ainda não legisladas, mas que podem ser potencialmente nocivas à
saúde humana. A constatação é de uma pesquisa desenvolvida
pelo Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas
(INCTAA), que está sediado no Instituto de Química (IQ) da Unicamp, em
colaboração com outras instituições.
Além de cafeína, os cientistas também encontraram nas
amostras analisadas concentrações variadas de atrazina (herbicida),
fenolftaleína (laxante) e triclosan (substância presente em produtos de higiene
pessoal). No caso da cafeína, as duas capitais que apresentaram maiores níveis
de contaminação pela substância foram, respectivamente, Porto Alegre e São
Paulo. “A liderança de Porto Alegre nesse ranking foi uma surpresa. Há uma
hipótese para explicar a situação, mas ela evidentemente depende de
confirmação. Segundo essa conjectura, a contaminação estaria ocorrendo porque
os gaúchos são grandes consumidores de erva mate, que, por sua vez, tem grande
concentração de cafeína.
Independentemente da origem, a presença da cafeína na água
fornecida aos porto-alegrenses e aos demais moradores das capitais consideradas
no estudo demonstra que os mananciais estão contaminados por esgoto e que as
estações de tratamento não estão dando conta de remover este e outros compostos
do produto que chega às torneiras das residências. Ou seja, é a prova
inequívoca de que estamos praticando o reúso de água há muito tempo”, explica o
docente da Unicamp.
De acordo com Wilson Jardim, por não serem legislados,
esses contaminantes emergentes – são emergentes não porque são novos, mas
porque estão cada vez mais presentes no ambiente – não são monitorados com
frequência. Ademais, a ciência ainda não sabe ao certo qual o limite de
proteção ao ser humano e nem que efeitos deletérios eles podem causar ao
organismo do homem. “Entretanto, já dispomos de estudos científicos que apontam
que esses compostos têm causado sérios danos aos organismos aquáticos. Está
comprovado, por exemplo, que eles podem provocar a feminização de peixes,
alteração de desenvolvimento de moluscos e anfíbios e decréscimo de fertilidade
de aves”, elenca o professor da Unicamp.
Quanto aos humanos,
prossegue Wilson Jardim, há indícios de que os contaminantes não legislados,
especialmente hormônios naturais e sintéticos, como o estrógeno, podem provocar
mudanças no sistema endócrino de homens e mulheres. Uma hipótese, que carece de
maiores estudos, considera que esse tipo de contaminação poderia estar
contribuindo para que a menarca (primeira menstruação) ocorra cada vez mais
cedo entre as meninas. “Estabelecer esse nexo causal é difícil. Entretanto,
temos que estar atentos para problemas dessa ordem. Acredito que, com o tempo,
os contaminantes emergentes também terão que ser legislados. O trabalho que
estamos realizando tem por objetivo exatamente fornecer subsídios para a
formulação de políticas públicas que possam assegurar à população o fornecimento
de uma água potável de maior qualidade”, diz.
Na opinião do
especialista, o melhor caminho a seguir, num primeiro momento, é dar
continuidade às pesquisas com vistas ao estabelecimento de normas que concorram
para preservar o ambiente. “Esse tema será discutido em congresso científico
que será realizado brevemente. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental [ABES] tem refletido sobre essa questão e deverá formular uma
proposta de limiares de proteção da vida aquática. O passo seguinte, acredito,
deverá estender esses parâmetros em relação ao ser humano”, prevê o
docente.
Conforme Wilson
Jardim, o trabalho de análise da água potável fornecida nas 16 capitais contou
com a participação de 25 pesquisadores das seguintes instituições, além da
Unicamp: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Depois de coletarem as
amostras de água nos cavaletes das residências, seguindo procedimentos
previamente estabelecidos, os pesquisadores as enviaram à Unicamp, onde as
análises químicas foram realizadas. Os métodos analíticos empregados
atualmente, destaca Wilson Jardim, são bastante precisos. Tanto é assim que
determinados contaminantes foram identificados em concentrações equivalentes a
nanogramas por litro.
Um dado interessante
proporcionado pelo estudo, segundo o professor da Unicamp, é que as capitais
costeiras, como Florianópolis, Vitória e Rio de Janeiro, apresentaram níveis de
contaminação inferiores às demais. A explicação para isso, cogita o
especialista, é o fato de esses municípios lançarem parte do esgoto diretamente
no mar. “Desse modo, os rios de onde a água é captada para posterior
fornecimento à população apresentam concentrações inferiores de poluentes”,
argumenta.
No caso do Brasil,
insiste o docente, a alternativa de curto prazo para enfrentar esse tipo de
problemática é estabelecer novos valores de referência para a potabilidade da
água. Wilson Jardim lembra que já existem tecnologias disponíveis capazes de
remover os contaminantes não legislados. A própria lei brasileira, segundo ele,
estabelece que as concessionárias de água devem adotar métodos de polimento
mais sofisticados contra substâncias potencialmente nocivas, mesmo que elas não
estejam legisladas. “É claro que um investimento desse tipo pode encarecer o
custo de produção da água potável. Entretanto, temos que considerar que
determinados compostos acarretam custos sociais ainda maiores, visto que podem
trazer sérias sequelas não apenas ao ser humano exposto, com também aos seus
descendentes”, pondera.
Wilson Jardim assinala
que, se olharmos o cenário mundial, perceberemos que até mesmo os países que
tratam 100% do seu esgoto enfrentam problemas de contaminação da água potável.
Isso decorre de uma série de fatores, entre os quais o crescimento e
adensamento populacional e a chegada ao mercado de novas substâncias. “Estudos
indicam que 1.500 substâncias são lançadas anualmente no mundo. São moléculas
novas, às quais não estamos tendo tempo de estudar. Além disso, o padrão de
consumo da sociedade tem crescido freneticamente. Antes, uma pessoa usava, em
média, três produtos de higiene pessoal antes de sair de casa. Hoje, usa dez.
Há alguns anos, as pessoas passavam filtro solar apenas para ir à praia e à
piscina. Agora, muita gente passa diariamente para ir trabalhar, inclusive por
recomendação médica”, exemplifica.
Continuidade
De acordo com Wilson
Jardim, as pesquisas em torno da qualidade da água potável das capitais
brasileiras terá continuidade. O INCTAA vai se dedicar ao tema por mais dois
anos. Nesse período, os pesquisadores trabalharão em duas frentes.
Primeiramente, as análises realizadas nas 16 primeiras cidades serão repetidas,
para verificar se houve alguma alteração. Em seguida, o trabalho será estendido
para as demais capitais. “Queremos traçar um panorama geral do país por
intermédio desses municípios. Penso que temos prazo suficiente para concluir
essa tarefa”, calcula o docente da Unicamp. Ele informa que os estudos
realizados pelo Laboratório de Química Ambiental (LQA) em conjunto com o INCTAA
já têm contribuído para que as concessionárias considerem promover melhorias em
seus sistemas de tratamento de água.
Em Campinas, por
exemplo, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa)
demonstrou interesse em adotar novas tecnologias que possam reduzir a presença
de contaminantes não legislados na água fornecida aos campineiros. Além da
Sanasa, outras concessionárias do Estado de São Paulo também estão iniciando
conversações com Wilson Jardim com o mesmo propósito.
Manuel Alves Filho
Jornal da Unicamp
Extraido de: BLOG SOS RIOS DO BRASIL
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Realizar ações e projetos de preservação ambiental e inclusão social, envolvendo o meio ambiente e a cultura. Difundir o conhecimento de técnicas e aplicações de tecnologias e produtos ambientalmente corretos, cursos de educação sócio ambiental e projetos técnicos na área do meio ambiente, preservação e proteção da fauna e flora.
Breve Histórico sobre o Instituto Árvore da Vida:
O Instituto Árvore da Vida é uma OSCIP que tem por objetivo a preservação ambiental e a inclusão social. Teve sua fundação registrada no dia 06 de setembro de 2005. Foi qualificada como OSCIP pelo Ministério da Justiça em 28 de novembro de 2005.
Os integrantes desta entidade acumularam experiências ao longo de uma trajetória de trabalhos vinculados às questões ambientais, sociais e culturais.
No contexto de uma região metropolitana, conturbada com o desequilíbrio ambiental, o caos social e toda a degradação que os grandes centros urbanos oferecem, entendemos que nossa contribuição para um mundo melhor e para o futuro da humanidade é dedicar nossas habilidades intelectuais, artísticas e condições físicas ao desenvolvimento de uma postura reformadora diante destes fatos.
Da união de diversos profissionais capacitados e intencionados, movidos por este propósito, criou-se esta entidade. Acreditando também que o 3° Setor é o fiel da balança de nossos tempos, realizamos este feito, criar uma OSCIP de preservação ambiental e inclusão social.
O Instituto Árvore da Vida é nosso instrumento de ação, nossa palavra e nossa contribuição para nossa cidade, nosso país, nosso planeta. Trabalhamos para a cura do planeta.
O Projeto Cidade Inteligente BR - Smart City é uma ação focada no uso da tecnologia e tecnologia da informação em prol do desenvolvimento sustentável, unindo diversos atores na realização de projetos e políticas públicas. Oferece ao cidadão uma ferramenta de participação ativa na gestão dos recursos disponíveis, bem como a interação dos poderes decisórios, organizações públicas, privadas, profissionais liberais e estudantes. Trabalha como facilitador de processos no desenvolvimento econômico sustentável. Tem como proposta a redução de desigualdades sociais e regionais; incentiva, apoia e propõe inovação tecnológica; expansão e modernização da base produtiva de ciência, tecnologia e tecnologia da informação; trabalha para o crescimento do nível de emprego e renda, bem como na redução da taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas; atua no aumento da escolaridade e da capacitação, da produtividade e competitividade e das exportações. Articula recursos e conhecimento em benefício do trabalho cooperado entre parceiros estratégicos visando a obtenção dos melhores resultados. Trabalha em redes físicas e virtuais, disponibilizando a todos os atores envolvidos nos processos informação, distribuição de riqueza e conhecimento proporcionalmente à interação nos processos. O projeto prevê a criação de plataforma tecnológica como base de integração no uso de LED´s em postes de iluminação; bem como sensores e atuadores, oferecendo múltiplos serviços gestionados e unificados num único instrumento, múltiplas Apps para o público, visitante, turista ou cidadão de modo seja possível sentir a experiência na funcionalidade de uma cidade inteligente.
Acompanhar a tendência mundial de transformação dos centros urbanos em cidades inteligentes, bem como a busca da sustentabilidade ambiental e econômica faz com que gestores públicos, profissionais, empresas, ONGs e a sociedade de modo geral queiram entender, participar e receber os benefícios de uma cidade inteligente e sustentável.
Chegamos finalmente na questão crucial, o que realmente é uma cidade inteligente sustentável?
Para muitos as cidades inteligentes dispõem de tecnologia a serviço do cidadão, das organizações, de governos, empresas, etc. Não deixa de ser uma verdade, entretanto tal qual o conceito de Inteligência Múltipla aplicada a humanos, o termo cidade inteligente requer um olhar que prestigie a diversidade intrínseca ao tema. São muitos os componentes possíveis à cidade inteligente e para cada olhar e demanda há um formato específico. Será necessário ter acesso ao conceito, aos formatos disponíveis para efetivamente fazer escolhas. O tema sustentabilidade é controverso e na atualidade há de se ter discernimento sobre métodos e modos de operar a sustentabilidade em sistemas urbanos e novamente o conhecimento da diversidade possível dará subsídios para escolhas conscientes desde o cidadão comum aos poderes decisórios na esfera pública e privada.
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Áreas de atuação do IAV registradas no Estatuto Social
II.Realização de Estudos de Impacto Ambiental.
III.Execução de Projetos e Implantação de Reflorestamentos.
IV.Execução de Planos de Manejo para Áreas Florestais.
V.Execução de Projetos, Orientação Técnica para Adoção de Praças Públicas.
VI.Desenvolvimento de Projetos Autossustentáveis Ambientalmente.
VII.Execução e Implantação de Projetos Habitacionais Integrados a Projetos de Preservação e Recuperação Ambiental.
VIII.Estudo e Implantação de Soluções Técnicas em Ambientes Urbanos Degradados,Desenho Urbano, Arquiteturas, Sistemas Viários, Sinalizações, Acessos e Circulação de Pedestres, Preservação de Ambientes Urbanos, Intervenções Urbanas Ambientalistas.
IX. Assessoramento e Monitoramento de Projetos de Preservação e Recuperação Ambiental.
X.Desenvolvimento de Estudos, Projetos, Produtos e Metodologias que tenham por objetivo a Preservação Ambiental ou Recuperação Ambiental.
XI.Desenvolvimento de Programas de Informação (implantação de Rádios Comunitárias e TV Comunitária) junto comunidade com vistas a multiplicar Ações de Preservação e Recuperação Ambiental.
XII.Produção e Publicação de Livros, Revistas, Jornais, Programação Visual (Cartazes, Banners, Outdoors, Brindes, artesanato, utensílios, objetos de arte, vestuário, calçados, bonés, chapéus, bandeiras, brinquedos, artigos de papelaria, alimentos e produtos que utilizem tecnologias que preservem o meio ambiente ou divulguem a preservação e recuperação ambiental).
XIII.Comercialização de Produtos hortifrutigranjeiros que sejam produzidos por programas implantados por esta OSCIP e que obedeçam a uma política preservacionista.
XIV.Implantação de Programas de Educação Ambiental.
XV.Implantação de Programas de Hortas Comunitárias.
XVI.Implantação de Projetos Culturais.
XVII.Defesa do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural.
XVIII.Promover Intercâmbio com Instituições Culturais, mediante convênios que possibilitem Exposições, Reuniões, Espetáculos, Conferências, Debates, Feiras, Projeções Cinematográficas, Festejos e Eventos Populares e Todas as Demais Atividades Ligadas ao Desenvolvimento Artístico e Cultural.
XIX.Realizar Promoções destinadas à Integração Social da População, com vistas à Elevação Cultural e Artística.
XX.Apoio à Preservação do Folclore e suas manifestações.
XXI.Desenvolvimento de Produtos Fitoterápicos.
XXII.Proteção animal e defesa da fauna e flora silvestres
XXIII.Acompanhamento e monitoração de atividades científicas e de estudo, pesquisa e testes com seres vivos, com objetivo de manutenção da ética e respeito pela vida.
XXIV. Apoio e organização de atividades esportivas.
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Pensar global e agir local
O Instituto Árvore da Vida - IAV - É uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP
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